Um Novo Olhar sobre Mao

Por Thiago “Bahia” — G.E.V.P.

Thiago
15 min readNov 1, 2023

“O povo, e só o povo, constitui a força motriz na criação da história universal. As massas são os verdadeiros heróis, enquanto que, frequentes vezes, nós somos duma ingenuidade ridícula. Se não compreendermos isso, ser-nos-á impossível adquirir até os conhecimentos mais elementares.” — Presidente Mao Zedong

A figura de Mao Zedong é polêmica, condenada por muitos erroneamente e amada por muitos outros, especialmente em seu país natal. Assim como qualquer figura revolucionária e comunista, não lhe faltam acusações rídiculas que foram feitas e perpetuadas ao longo dos anos para manchar a sua imagem. Porém, nesse texto, irei apresentar um novo olhar sobre sua figura.

Além do derramamento de sangue que vem com invasões e revoluções, é duvidoso que Mao tenha matado alguém. Os militares do Japão cometeram crimes de guerra de imensa escala e selvageria horrível durante os seus 12 anos de ocupação, e a amargura popular entre os colaboradores era ilimitada, mas Mao proibia retaliações: “Nossa política em relação aos prisioneiros capturados das tropas Japonesas, marionetes, ou anticomunistas, é para libertar todos, exceto aqueles que receberam o ódio amargurado das massas e devem receber a punição devida e cuja a pena de morte foi aprovada pelas autoridades superiores.

Entre os prisioneiros, aqueles que foram coagidos a participarem das forças reacionárias, mas estão mais ou menos inclinados a revolução devem ser conquistados em grande número para trabalharem no nosso exército. O resto deve ser libertado e, se lutarem contra nós e forem capturados novamente, devem novamente serem libertos. Nós não devemos insultá-los, tirar suas características pessoais ou exigir impostos deles, mas devemos, sem exceção, tratá-los sinceramente e gentilmente. Esta deve ser nossa política, por mais reacionários que possam ser.”

Ele odiava matar pessoas e, quando colegas furiosos clamavam por vingança, ele perguntava “Qual o malefício existe em não executar pessoas? Aqueles sujeitos a reforma pelo trabalho devem ir e fazer a reforma pelo trabalho para que o lixo possa ser transformado em algo útil. Além disso, a cabeça das pessoas não são iguais Alho-poró. Quando você as corta, não crescem novamente. Se você corta de maneira errônea, não há maneiras de corrigir o erro mesmo que você queira”. William Sewell, um missionário Cristão na China na época, escreveu, “Nós sabemos pelos documentos que, algumas partes da China aonde a Reforma Agrária já aconteceu, aconteceram cenas furiosas e os latifundiários foram agredidos até a morte pelas pessoas ou se mataram com medo. O Governo percebeu que eles haviam subestimado as paixões do povo quando elas despertaram; mas agora os quadros eram mais sábios e estavam presentes para que as coisas não saíssem de controle. Após o povo falar, os latifundiários foram entregues a polícia para julgamento ou ficaram livres, de acordo com a circunstância. Apenas aqueles que fora provada a morte de um locatário ou mesmo um estupro, ou por múltiplas mortes, eram legalmente responsáveis pela pena de morte”.

Aqui há alguns pontos para se considerar quando você ouve alguém acusando Mao de causar assassinatos em massa:
Durante seus 40 anos de governo, Mao duplicou a população da China, a expectativa de vida e o consumo calórico e quadruplicou o PIB e a alfabetização. Muito da violência durante a guerra civil foi inteiramente a responsabilidade de facções opositórias a Mao. O embaixador dos EUA na China 1946–1949, Jonh Leighton Stuart, disse que 3–7 milhões de pessoas morriam de fome na China todo ano durante seu mandato. Em 1946 mais de 10 milhões de pessoas morreram de fome nas três províncias que ele conhecia.

A fome era endêmica, mas ninguém a mencionava até que “Os Comunistas” ganharam a guerra. 22 milhões de Chineses morreram de inanição durante a 2º Guerra Mundial graças ao imperialismo Japonês e ao assassino governo de apoio americano. Ninguém reclama sobre isso.
Mao assumiu a responsabilidade por 800.00 mortes: “Aqueles que nós executamos? Que tipo de pessoas? Elementos aos quais as massas continham grande ódio e aqueles que o débito de sangue estava alto”. Essas eram execuções popularmente sancionadas após o julgamento popular contra os mais odiados latifundiários Japoneses traidores que haviam aterrorizado os camponeses durante a 2º Guerra Mundial e seu desfecho. 800 mil são muitas pessoas, mas isso veio após 100 anos de invasões, guerras civis e ocupações. Mao também solicitou por menos execuções no futuro. Por que Mao iria matar pessoas que ele arriscou sua vida inteira para salvar?

A maioria da população da China era pobre e analfabeta antes, com pouco acesso aos recursos básicos, educação ou cuidados médicos. Em 1965 Mao disse, “A educação medicinal deve ser reformada. Não há necessidade de ler tantos livros… Seria suficiente dar 3 anos aos graduantes de ensino médio. Eles iriam então estudar e levantar seus estudos principalmente através da prática. Se este tipo de Doutor é enviado para a área rural, mesmo que ele não tenha muito talento, seria melhor que os curandeiros e os doutores bruxos e os vilarejos teriam melhores condições de mantê-los… o modo que doutores são treinados apenas beneficia a cidade. E ainda na China, 500 milhões da nossa população são de camponeses.” Os dados do censo não condizem mortes em massa a não ser que você utilize 1953 como o ano base, em uma amostragem aleatória (não é um censo por causa de financiamento) demonstra que a população da China aumentou de 450 para 600 milhões em seis anos. O pesquisador Chinês, Ping-ti Ho, Professor de História na Universidade de Chicago, em Studies on the Population of China, 1368–1953 (Harvard East Asian Studies №4, 1959) mencionou diversas falhas no censo de 1953: não é um censo na definição de termos técnicos ; a separação da amostragem das províncias mostra um aumento populacional de 30% entre 1947–1953,o período de de grande lutas revolucionárias. A alegação de que 17–30 milhões de pessoas desapareceram entre 1960–61 é provavelmente inútil se não há certeza sobre a existência de 600 milhões de Chineses.

Em 1963, a imprensa Chinesa colocou a fome de 1961–62 como a mais severa desde 1879. Em 1961, a China importou 6,2 milhões de toneladas de grãos do Canadá e Austrália. Em 1962, a importação diminuiu para 5,32 milhões de toneladas. Entre 1961 e 1965, a China importou um total de 30 milhões de toneladas de grãos ao custo de de US$2 bilhões (Robert Price, International Trade of Communist China Vol II, pp 600–601). O governo Chinês tentou importar mais, porém a pressão dos EUA no Canadá e na Austrália (onde a indignação pela política dos EUA era enorme) para limitar as vendas para China e a interferência dos EUA com as navegações impediu a China de importar mais. Austrália, com um enorme lucro, estava querendo prover crédito ilimitado para a China na compra de grãos, mas os EUA prevaleceram e milhões passaram fome (mas não morreram) na China. Nos Estados Unidos, um país desenvolvido aonde as condições não chegam perto as dificuldades que se enfrentavam na China entre 1949–1976, temos 20.000 assassinatos e 75.000 mortes de Negros anualmente por causa da opressão sistêmica, e uma morte relacionada ao trabalho a cada 5 minutos, e uma morte infantil a cada 50 minutos por causa de falta de dinheiro ou comida (Historical Triumph: Capitalism or Socialism?). Ainda assim nós quase nunca ouvimos falar que as vítimas de tal violência capitalista foram “mortas” pelos presidentes Reagan, Bush, Clinton etc. assim como nós ouvimos com tanta veemência as mortes por fome sobre Mao.

Aplicando os mesmos métodos aos EUA em 1986 como as escolas ou mídias Ocidentais usaram para analisar a fome na China, 75.980 Negros morreram por tratamentos médicos inadequados. Se os EUA tivessem a mesma quantidade de Negros assim como há de Chineses (na China) isso resultaria em 2,5 milhões de mortes em 1986 e para cada ano após esse, isso resultaria um total de quase 70 milhões de mortes por negligência. Esse realmente pode ser o caso? Recentemente uma companhia farmacêutica matou 500.000 pessoas com um remédio cuja toxidade já era conhecida, mas recusada a se anunciar. Nossa mídia vem sendo totalmente negligente sobre o que é, no fim de tudo, uma atrocidade.

78 milhões de pessoas seriam 15% de toda população da China ainda assim nem a CIA ou ninguém mais percebeu ?Mao nunca afirmou que o Grande Salto Adiante tinha sido sem erros e escreveu autocríticas sobre algumas políticas do Grande Salto. Ao contrário dos soviéticos, os chineses admitiram quando seus objetivos foram muito altos ou não razoáveis. Mao estava relutante em admitir seus erros, mas ele os admitiu. Quantos líderes nacionais já estiveram dispostos a fazer isso? Você já ouviu falar de um? Muitos dos próprios inimigos de Mao que foram expurgados (expulsos) do partido sobreviveram. Deng Xiaoping, d. 1997, sobreviveu sendo expurgado como o revisionista número dois e foi enviado ao campo de reeducação, assim como o pai do presidente Xi. Ambos voltaram e continuaram servindo seu país. Os chineses sempre foram incrivelmente francos sobre esses tempos difíceis.

Os chineses que relataram atrocidades foram quase todos emigrantes cujo status foi prejudicado pela Revolução e que encontraram uma recepção calorosa no ocidente quando os relataram. Isso é comum com todas as elites emigradas, como vimos com os emigrados iraquianos antes da Guerra do Iraque.
O único relato em primeira pessoa de alguém que viveu toda a Revolução Cultural (e agora é professora de história nos EUA) dá um relato muito diferente da Revolução Cultural, sobre o nascimento da democracia em sua aldeia pela primeira vez em 5.000 anos: The Unknown Cultural Revolution: Life and Change in a Chinese Village: Dongping Han.

A relativa simpatia dos camponeses por Mao quando recordam o Grande Salto em Frente deve pôr em causa a evidência demográfica que indica que dezenas de milhões deles morreram de fome nesta altura. Os académicos ocidentais parecem unidos quanto à validade desta evidência. Mesmo aqueles que o questionam, como Carl Riskin, acabam sempre por insistir que todas as “evidências disponíveis” indicam que ocorreu uma fome de enormes proporções neste período.

Na verdade, há certamente evidências provenientes de diversas fontes de que ocorreu uma fome neste período, mas a questão principal é: será que foi uma fome que matou 30 milhões de pessoas? Isso realmente teria sido sem precedentes. Embora estejamos habituados a ler manchetes de jornais como “dezenas de milhões enfrentam fome devido à fome em África”, é inédito que dezenas de milhões morram efectivamente de fome. É bastante enganador dizer que todas as “evidências disponíveis” demonstram a validade da tese das mortes em massa. A verdade é que todas as estimativas de dezenas de milhões de mortes do Grande Salto em Frente baseiam-se em números das taxas de mortalidade do final da década de 1950 e início da década de 1960.

Há apenas uma corroboração muito incerta para estes números a partir de outras estatísticas do período. O problema é que os números da taxa de mortalidade para o período 1940–82, tal como a maior parte da informação demográfica chinesa, foram considerados segredo de Estado pelo governo da China até ao início da década de 1980. Como veremos, a incerteza sobre a forma como estes foram recolhidos prejudica seriamente o seu estatuto como prova concreta. Foi apenas em 1982 que os números da taxa de mortalidade das décadas de 1950 e 1960 foram divulgados.

Uma variedade de números chineses são citados para apoiar esta tese de que ocorreu uma fome massiva. Também são citadas estatísticas que pretendem mostrar que Mao foi o culpado por isso. Incluem números que supostamente fornecem uma repartição provincial do aumento das taxas de mortalidade no Grande Salto em Frente, 37 números que mostram uma diminuição maciça na produção de cereais durante o Grande Salto em Frente 38 e também números que aparentemente mostram que o mau tempo não foi o culpado. Estes números foram todos divulgados no início da década de 1980, no auge das “reformas” de Deng.

Mas quão confiável é qualquer um desses números? Como vimos, foram lançados no início da década de 1980, numa altura de críticas agudas ao Grande Salto em Frente e às Comunas Populares. A China sob Deng era uma ditadura que tentava controlar rigorosamente o fluxo de informação para o seu povo. Seria razoável supor que um governo que interferisse continuamente na divulgação dos assuntos públicos pelos meios de comunicação social também interferiria na produção de estatísticas quando lhes convinha. John Aird, escrevendo em 1982, afirmou que: “A principal razão pela qual aparecem tão poucos dados sobre a população nacional nas fontes chinesas, contudo, é a censura central. Nenhum número da população nacional pode ser tornado público sem autorização prévia do Conselho de Estado. Mesmo os funcionários do SSB [Gabinete de Estatística do Estado] não podem utilizar esses números até que sejam apurados.”

De particular interesse é a questão das circunstâncias em que os números da taxa de mortalidade foram calculados pelo Departamento Estatal de Estatística. Os números apresentados para o total de mortes durante o Grande Salto em Frente pelos académicos dos EUA e da China dependem todos da principal estatística da taxa de mortalidade para os anos em questão. É claro que, se soubéssemos detalhadamente como as informações sobre as taxas de mortalidade foram recolhidas durante o Grande Salto em Frente, poderíamos ter mais certeza de que são precisas. O problema é que esta informação não está disponível. Temos apenas de acreditar na palavra do governo chinês de que os seus números são verdadeiros. Além disso, as declarações fornecidas por Aird e Banister indicam que estes acreditam que os números da taxa de mortalidade foram estimativas e não baseados numa contagem real de mortes notificadas.

Uma última prova da tese do “número massivo de mortes” vem dos dados brutos do censo. Isto quer dizer que podemos apenas ver quão grande é o número de pessoas nascidas em 1959–1961 e que sobreviveram aos censos subsequentes em comparação com os anos circundantes em que não foi alegada qualquer fome. Podemos obter esta evidência a partir dos vários censos realizados desde o Grande Salto em Frente. Na verdade, estes mostram grandes défices no tamanho das coortes daqueles que nasceram em anos de fome, em comparação com outros anos. Mesmo que se admitisse que tais deficiências ocorreram, elas não indicam necessariamente um número maciço de mortes. Os números da taxa de natalidade divulgados pelo regime de Deng Xiaoping mostram reduções maciças na fertilidade durante o Grande Salto em Frente.

É possível levantar a hipótese de que houve um grande défice de nascimentos sem que isso indique necessariamente que milhões também morreram. É claro que deve haver alguma razão pela qual a fertilidade caiu tão rapidamente, se foi isso que realmente aconteceu. É evidente que a fome teria desempenhado um papel importante nisso. As pessoas teriam adiado ter filhos devido à preocupação de ter outra boca para alimentar até que a disponibilidade de alimentos melhorasse. É evidente que se as pessoas tivessem tais preocupações, isso indicaria um aumento na desnutrição, o que teria levado a algum aumento na mortalidade infantil. No entanto, isto não prova de forma alguma que a “pior fome da história mundial” ocorreu sob Mao. A fome holandesa de 1944–1945 levou a um declínio da fertilidade de 50%. A fome no Bangladesh de 1974–1975 também levou a uma diminuição de quase 50% na taxa de natalidade. Isto é semelhante aos números divulgados na era Deng Xiaoping sobre o declínio da fertilidade no Grande Salto em Frente. Embora a fome no Bangladesh e na Holanda tenha sido profundamente trágica, não deu origem ao tipo de números de mortalidade selvagem divulgados em referência ao Grande Salto em Frente, como foi referido acima. No Bangladesh morreram dezenas de milhares, e não dezenas de milhões.

A abordagem dos escritores modernos ao Grande Salto em Frente é absurdamente unilateral. Eles são incapazes de compreender a relação entre seus fracassos e sucessos. Eles só conseguem compreender que ocorreram problemas graves durante os anos 1959–1961. Eles não conseguem compreender que o trabalho que foi feito nestes anos também lançou as bases para o contínuo sucesso global do socialismo chinês na melhoria da vida do seu povo. Não consideram seriamente as provas que indicam que a maioria das mortes ocorridas no Grande Salto em Frente se deveu a catástrofes naturais e não a erros políticos. Além disso, as mortes ocorridas no Grande Salto em Frente têm de ser comparadas com o sucesso do povo chinês na prevenção de muitas outras mortes ao longo do período maoista. As melhorias na expectativa de vida salvaram a vida de muitos milhões. Mao projectou uma nova forma nacional Conseqüentemente, isso levou ao conceito de uma Nova Revolução Democrática e de um período de transição da Nova Democracia e ao eventual estabelecimento de um Estado Novo Democrático, com o mandato de levar a reforma agrária até o fim e de nacionalizar a riqueza (industrial, comercial e financeira) monopolizado pelas quatro grandes famílias burocráticas da China.

Hoje, depois de 20 anos de “reformas” de Deng, podemos ver claramente que caminho a China está a tomar e qual será o resultado. Certamente o diagnóstico de Mao ainda permanece. O diagnóstico de Mao para toda a revolução chinesa foi que a via capitalista não estava aberta ao povo da China. Num mundo dominado por poderosos imperialistas e corporações multinacionais com enorme força e alcance global, qualquer país do terceiro mundo que siga a via capitalista está a tomar um caminho que conduz à neocolonização. Hoje, com métodos capitalistas, não se pode construir uma economia e um país independentes e autossuficientes, mas apenas uma economia e um país subsidiários à mercê destas enormes corporações multinacionais no topo da pilha que definem as regras e governam o poleiro. O Governo da China é, em essência, já um regime comprador, pronto a vender a quem fizer a melhor oferta as terras, materiais e recursos humanos mais preciosos da China.

Muitos revisionistas justificam as reformas condenando Mao por ‘instabilidade’ e que seu governo não desenvolveu o país, porém, os próprios dados que muitos deles usam acabam se voltando contra eles, afinal, sem a base industrial e a revolução de 1949, não haveria como Deng, Xi Jinping e outros da camarilha capitalista-imperialista que governaram a China após 1978 levarem o crescimento econômico ‘abrindo as portas’ e construindo o que é essencialmente uma economia mista capitalista de estado com um setor público e setor privado ativos.

Apesar do bloqueio brutal dos EUA à alimentação, às finanças e à tecnologia, e sem incorrer em dívidas, Mao fez a economia da China crescer numa média anual de 7,3%, em comparação com os 3,7% dos anos de expansão da América no pós-guerra. Quando ele morreu, a China fabricava aviões a jacto, tractores pesados, navios oceânicos, armas nucleares e mísseis balísticos de longo alcance. Como observou o economista YY Kueh : “Este aumento acentuado na participação da indústria no rendimento nacional da China é um fenómeno histórico raro. Por exemplo, durante as primeiras quatro ou cinco décadas do seu impulso para a industrialização moderna, a participação industrial aumentou apenas 11 por cento na Grã-Bretanha (1801–41) e 22 por cento no Japão”. Suas realizações documentadas são, como diz o professor Fairbanks, quase inacreditáveis. Ele:

  • dobrou a população da China de 542 milhões para 956 milhões
  • esperança de vida duplicada
  • ingestão calórica duplicada
  • PIB quintuplicado
  • alfabetização quadruplicada
  • aumentou a produção de grãos em trezentos por cento
  • aumentou a produção industrial bruta em quarenta vezes
  • aumentou a indústria pesada noventa vezes.
  • aumento da linhagem ferroviária em 266 por cento
  • aumentou o tráfego de trens de passageiros de 102.970.000 passageiros para 814.910.000.
  • aumentou a tonelagem de carga ferroviária em dois mil por cento
  • aumentou a rede rodoviária em mil por cento.
  • aumentou a produção de aço de zero para trinta e cinco MMT/ano
  • Aumentou a contribuição da indústria para o produto material líquido da China de vinte e três por cento para cinquenta e quatro por cento.

Mas, do ponto de vista de Mao, isso foi um espetáculo secundário. Quando se aposentou, ele havia reunido, reinventado, reformado e revitalizado a maior e mais antiga civilização do planeta, modernizado-a após um século de modernizações fracassadas e acabado com milhares de anos de fome. Ele mantém o carinho das pessoas comuns até hoje, e dez milhões delas visitam sua cidade natal todos os anos, superando, em ordens de magnitude, a memória de todos os heróis da história juntos. No entanto, tendemos a associar o seu nome à fome e ao caos que, nas nossas mentes, obscurecem as suas realizações, mas, após inspecção, todas estas falsidades caem por terra.

Viva ao Marxismo-Leninismo-Maoísmo!

Fontes:
1 — Collected Works of Mao Tse-Tung (1917–1949), Volumes 1–2 Paperback — 1978
2 — Chairman Mao Talks To The People: Talks and Letters: 1956–1971 (The Pantheon Asia Library) Hardcover — 1975
3 — I stayed in China, Hardcover — 1966
4 — https://www.quora.com/Why-after-Stalin-told-Mao-that-it...
5 — https://archive.org/.../fiftyyearsinchin012639mbp_djvu.txt
6 — https://archive.monthlyreview.org/.../MR-041-06-1989-10_4
7 — http://www.theweek.co.uk/.../when-half-million-americans...

8 — https://mronline.org/2006/09/21/did-mao-really-kill-millions-in-the-great-leap-forward/

9 — https://mronline.org/2017/10/18/mao-reconsidered/

10 — https://anovademocracia.com.br/129-anos-do-natalicio-do-presidente-mao-tsetung/

11 — https://www.novacultura.info/post/2022/02/07/mao-tsetung-e-o-maior-expoente-do-marxismo-leninismo-na-china

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